15/05 - Aline Salgado / Brasil Econômico
A penetração de insumos e bens finais importados no consumo nacional alcançou o maior patamar em oito anos, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). O coeficiente teve expansão de 22,3% no acumulado dos quatro últimos trimestres, até janeiro/março de 2015. O dado sinaliza que o esperado efeito de estímulo à produção nacional por meio da desvalorização cambial — com o dólar na casa dos R$ 3 — e a substituição de importados levará ainda mais tempo para acontecer e pode ser menos expressivo do que se imagina.
Dentre os 21 setores pesquisados pela CNI, apenas 6 reduziram suas importações de insumos e bens finais: fumo, couro e calçados, derivados de petróleo e biocombustíveis, minerais não metálicos, máquinas e materiais elétricos e outros equipamentos de transporte. Para empresários desses setores, ainda não está claro se a desvalorização cambial trará impactos expressivos sobre uma indústria ainda sem fôlego e com mínima margem para compras.
“A aquisição de insumos importados tem caído, mas não sabemos se a queda vem por uma substituição direta de itens similares e de igual qualidade produzidos nacionalmente, ou porque a demanda da indústria está retraída”, avalia o gerente da área de Economia da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Luiz Cézar Rochel.

Nenhum comentário:
Postar um comentário